terça-feira, 30 de junho de 2015

Continuação da historinha.

Daí, temos um novo rumo da história.  

Aí sim, a partir deste momento eu começo a me preocupar, pois só pensava, no “grande corte”, pois a incisão seria de ponta a ponta do nódulo, ou seja, uns 5cm. Tendo uma mama pequena, seria quase a metade. Como muitas meninas jovens e extremamente vaidosas, é fácil se afligir com isso. E quer saber se eu pensava no risco da cirurgia? Sinceramente não. Talvez um tanto ”fútil”? A auto estima nessas horas vai ao chão, e se torna prioridade. Quem não a tem, sabe o mal que pode causar a uma pessoa. E que a  tem, sabe bem a importância da mesma.

Durante os 30 dias, eu pensava muito nisso, e coincidiu este momento com um breve término no meu relacionamento, o que dificultou ainda mais. Mas, enfim... lá estava eu atrás de um notebook, sendo a melhor amiga do Dr. Google, pesquisas e mais pesquisas, inclusive questionei ao médico a possibilidade de fazermos através do mamilo, mas ele disse que não, até cheguei ao ponto de ir em outros dois médicos, um da rede particular e outro público e ambos me disseram que fariam a cirurgia, porém, com uma série de exames, e até mesmo uma punção para possível diagnostico. Já que não tinha a menor condição de continuar no particular, lá estava eu novamente no SUS. Fiquei confusa devido a divergência das opiniões dos médicos, então procurei uma enfermeira que trabalhava juntamente com ambos, e pedi sua opinião, e ela sem hesitar me disse: O médico fulano de tal, que esta querendo fazer a cirurgia em poucos dias, é o mais procurado e experiente do nosso quadro. Então, optei pela experiência. Aliás, a minha  opinião era fazer uma punção antes, e não fazer a cirurgia, pois como disse, só de pensar na cicatriz que ficaria, me dava vontade de chorar.

Os meus pais foram o maior motivo que me levou a fazer essa cirurgia, minha mãe então, nem se fala... ficou louca na roupa (risos).
Se passaram quase 30 dias, e em uma terça- feira recebo a temida ligação, me dizendo que na sexta faria a cirurgia. Foram três dias de apreensão.
Porém, tive tempo de pensar em me arrumar (risos), fiz sobrancelhas, chapinha, unhas (dourada) que a  proposito AMEI!

E como sempre, lá estava minha mãe do meu lado, me dando a maior força. No dia da cirurgia ela não foi trabalhar, mas, teve um momento que ela não pode entrar, e lá eu estava sozinha, apenas com os profissionais de saúde e uma Senhora que também passaria pelo mesmo procedimento, a filha que a aguardava com minha mãe, estava tão preocupada, que me pediu para ficar de olho na Senhora, como se eu pudesse kkkkk... já que também estava nervosa, quanto ou mais que ela. Porém, a deixei ir primeiro, já que a mesma fazia questão. Enquanto aguardava, já com o soro instalado e com aquela roupinha ridícula, pensei várias vezes em sair daquele cento cirúrgico, e ir embora com minha mãe. Mas, nem para fazer “xixi” o técnico que me acompanhava, me deixava eu ir sozinha no banheiro. Será que tava com medo que eu fugisse pela descarga? Kkkkkkkkkkk

Fiquei a observar a sala de cirurgia, onde a Senhora estava, na qual a porta encontrava-se semi aberta,  e vi cada equipamento estranho entrando e saindo dali, que fiquei mais nervosa, se é que era possível!  
Então chegou a minha vez, lá estava o medico que conseguiu me deixar tão apavorada. No inicio foi simpático me cumprimentou, assim como os demais profissionais presentes. Me deitei na mesa de cirurgia, que a proposito estava um gelo, assim como toda a sala. Então, o medico começou a sentir minha mama, e marcar o local da incisão, e lembro perfeitamente que disse a ele, que fizesse uma marca pequena, só que ele repetiu que deveria ser de ponta a ponta do nódulo (triste). Aí além da dor emocional, começou a física... onde começou a aplicação da anestesia local, com diversas agulhadas (dói pra caramba), conforme foi aplicando, a dor foi diminuindo (Ufaaa).
Aí começou uma coisa que não esqueço: O som do bisturi ligado e aquele cheiro insuportável de carne queimando, ainda mais sabendo, que é a sua carne virando churrasquinho (risos). Depois daí não dói, porém é agoniante, foi quando comecei com as lagrimas e o “AI AI AI AI ”, e a simpatia do medico rapidinho foi embora. E disse que se eu continuasse com esse "ai ai ai ai", ele iria embora e me deixaria ali na mesa de cirurgia, que eu era a mais escandalosa de todas, e que quando eu chegasse no hospital para parir me mandaria para um hospital mais longe possível, aí que chorei ainda mais. Tentei engolir o murmurinho, e sobrou apenas o soluço do choro e o balbuciar de uma música (Mudaram as estações).  Eu estava com frio, fome, angustiada, medo e raiva! E me perguntava, por aquele profissional ali presente não poderia me entender, depois de anos e mais anos de profissão? Ou seria esse o motivo de me ignorar e ser grosso daquela maneira?

Durante o procedimento, lembro-me que eu via a roupa dele com sangue, e eu olhava curiosa e angustiada por meio do foco de luz que estava no teto, olhava o reflexo do procedimento, o que me deixava cada vez mais “mole”. Após uma hora de procedimento, chegamos ao fim. Então ele me deu algumas informações adicionas pós cirúrgicas, e eu imediatamente perguntei a ele, depois de quanto tempo eu poderia usar aquela "famosa pomadinha" para cicatrizes. E a resposta foi curta e objetiva: “Não, não precisa usar nada, apenas fazer o que eu te falei. Você só vai gastar dinheiro e não resolve nada”. E eu como sempre com mais um questionamento, perguntei se poderia levar o material retirado, para fazer a biopsia particular. E mais uma vez a resposta dele foi negativa; alegando que eu não precisa me preocupar, devido o que ele havia visto, e por eu ser paciente jovem e não ter nenhum caso na família. E que após 90 dias eu receberia o resultado da biopsia!

Minha mãe e minha irmã me esperavam do lado de fora para me levar em casa. Ao chegar, me deitei e não parei de pensar como estaria por baixo daqueles curativos. Que só poderia retira-los no dia seguinte. 

Uma pausa para mudança  de assunto... 

A caminho do aeroporto estava chegando o Sr.Sinival, vindo de outra cidade, e como disse foi um breve término, onde estávamos mais ansiosos do que nunca, por nos reencontrarmos. Daquele mesmo dia 4 de outubro de 2013, estávamos conversando e nos beijando, mas sem saliência (risos), pois estava de repouso.

Agora podemos voltar...rsrsrs

No dia seguinte, fui tomar o meu banho, e chegou a hora de ver o temido corte. (E ele meu Sr. Sinival, infelizmente nesse momento não estava por perto). Lembro-me quando tirei o curativo, as lagrimas rolaram em meu rosto, me senti tão mal como nunca antes. Recordo que o dia inteiro fiquei muito triste. Também lembro da meiguice da minha linda sobrinha, de apenas 4 anos, que veio toda carinhosa para cima de mim, querendo ver o “dodói”. Com seu ingenuo cuidado e carinho, me deixou bem mais animada!

Todo esse sentimento de tristeza passou mais rápido que eu poderia imaginar, fui me “acostumando” e aceitei. Não imaginava que o pior ainda estava por vir... Após 3 longos e demorados meses recebi uma ligação do hospital, dizendo que precisava ir até la. Nesse dia acordei bem cedinho, e como sempre me “embelezei” toda (risos). E lá estava eu no sala do médico, ao entrar me cumprimentou e disse: “Não tenho uma boa noticia para você.” Pegou uns papeis e começou a anotar, me entregou e disse: “Estou te encaminhando para um outro hospital”. E é claro que imediatamente eu perguntei qual era a má notícia, e por que estava me encaminhando. E  simplesmente disse: “que ele não poderia me dizer o resultado, e que no outro hospital eles estariam aptos para me atender e orientar”. Resmungando eu insisti, e a resposta permaneceu a mesma.

Sai da sala com o resultado e um encaminhamento nas mãos, e sem nenhuma resposta... E mais uma vez, apenas angustia e com medo. Entrei no carro e simplesmente comecei a chorar. Lembro-me que liguei para meus pais, e disse o que o medico havia falado. Fui para casa do meu Amore, e imediatamente ao meu amigo Dr. Google, digitei na barra de busca: CID C50. E lá estava o resultado da busca: CÂNCER DE MAMA.



Pegou a história pela metade? CLIQUE AQUI  para ver o início. 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Que tal uma historinha?

Bom, a primeira história a ser contada será... hummm... deixa eu ver...
A minha kkkkkkk

Bem vamos começar  do começo pro final... ou do final pro o meio? Não. Sem ordem cronológica é bem melhor, até por que a vida não anda em linha reta, e afinal quem, disse que precisa? Eu sempre estudei em escola pública e conclui o ensino médio aos 17 anos, e nesse período eu já tinha meu primeiro amor... acho que não é conveniente citar nomes, vai que alguém me processe?(risos). Já fazíamos pouco mais de um ano de namoro e já estávamos noivos, foi amor a primeira vista, sabíamos que eramos feitos um para o outro, e até planejamos que teríamos filhas gêmeas(risos). Alugamos uma casa, compramos e ganhamos alguns móveis, nos casamos e vivemos felizes para sempre... Opa, peraí... Disse que iria contar a minha história... Vamos excluir esse “felizes para sempre”, até está parecendo personagens da Disney.Tá! Tudo isso é verdade, exceto a parte dos felizes para sempre. E quem disse que não fomos? Apenas separados... cada um “buscou” sua nova felicidade. 

Aí que a história toma outro rumo, conheço o Sr. Sinival... (só que não kkkkk eu já o conhecia, mas, isso é assunto de outros carnavais). De maneira louca nos conhecemos e nos apaixonamos, não foi amor a primeira vista, nem a segunda, muito menos a terceira... Melhor continuarmos. Ele tem 43 anos, mora com a mãe e tem um filho, e é cadeirante... e antes que pense algo... Não, ele não tem dinheiro kkkkkk, ahh também não tem uma possível herança, bem que eu gostaria!!! (risos). Estamos há sete anos juntos, e já passamos por diversos momentos, de maravilhos a horrorosos... mas, quem nunca?

Como disse nada de cronologia. Então, vamos para uma parte qualquer da história, nem tão qualquer assim! Um belo dia eu estava, no meu estagio de Enfermagem, no horário de almoço, quando simplesmente passei a mão nos meus belos seios (só que não kkkk). Falando sério agora. Daí senti uma pequena alteração, comentei com duas amigas que estavam próximas de mim. Então ao chegar em casa fiz o auto exame, mas, como estava “naquele benditos dias”, imaginei que pudesse ser devido a isso, então esperei acabar, quando tudo se normalizou... lá estava ele (nódulo), sólido, evidente e grande. Mostrei ao meu Amore, minha Mãe e meu Pai, que ficaram preocupados é claro. Resolvi marcar uma consulta no posto de saúde (que a proposito, demora um ano), sabendo da demora resolvi fazer um exame por conta própria (ultrassonografia mamaria), que identificou um nódulo com uns 5 cm.

Sem muita ansiedade esperei a consulta, e apresentei o exame ao médico que me fez as perguntas de praxe, que imediatamente sem pedir nenhum outro exame (exceto de sangue e tal’s) me disse: “Daqui no máximo 30 dias.Temos que retirar o nódulo.

Continua no próximo post...